quarta-feira, 4 de julho de 2012

Distorção Bíblica - Um Deus cruel e assassino



É comum as pessoas pegarem algumas passagens bíblicas, isolá-las do contexto e fazerem uma teologia considerada distorcida. Existe até mesmo a “bíblia do diabo” onde isso é feito de forma até mais abrangente.
A questão da interpretação bíblica é que ela precisa ser feita dentro de uma hermenêutica ( princípios de interpretação ), que levem em conta: a época do livro escrito,seu contexto para quem recebe a mensagem,seu idioma, os aspectos culturais e espirituais de seus destinatários. Só após tudo isso temos uma boa condição de analisarmos e fazermos uma boa exegese (entrar no texto),para compreensão do mesmo, bem como sua relação com a bíblia como um todo e depois, disso tudo, utilizá-la para nossas vidas.
Não respeitar esses princípios será desastroso, conduzindo-nos a distorções e ensinos não bíblicos, como por exemplo que Deus se “arrependeu” ( Gn 6: 6) nos fazendo crer que Deus não sabe o que faz.
Analisando a bíblia na sua totalidade, nos deparamos que Deus possui atributos naturais ( onisciente,onipotente e onipresente) e morais ( amor, justiça,bondade e humildade) bem solidificados.
O Deus que se revela criador de todas as coisas, criou o homem à sua imagem e semelhança, mas lhe dando o livre arbítrio. A condição do pecado afasta esse homem de Deus. O pecado é o causador da MORTE. Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Deus não aceita, não convive com o pecado porque esse é contrário à sua essência ( seus atributos morais). A bíblia ensina que todos os homens são pecadores e não podem lidar sozinhos com isso, carecem da graça de Deus.
O Antigo Testamento fala sobretudo da paixão de Deus pela santidade. Muitas pessoas associam o Antigo Testamento a um Deus raivoso. Eles até acham esse Deus injusto. Mas nada poderia estar mais longe da verdade! Tenha certeza que quando Deus fica irado não é por tirania caprichosa ou excêntrica. Ele está comprometido com seu caráter santo e glorioso e com a aliança que fez com o seu povo. O pecado é o culpado, o que causa a ira do Senhor, tira-lhe a glória e quebra a aliança com seu povo. Uma aliança é um compromisso relacional de confiança, de amor e de cuidado. A paixão do Senhor por Santidade fica mais evidente quando seu povo quebra os termos da aliança relacional com Ele. Dessa forma podemos definir o pecado como uma quebra da aliança e um desafio a santidade de Deus. O Antigo Testamento nos apresenta um Deus raivoso? Sim, mas é um Deus que está justamente irado porque não fica indiferente frente ao pecado e ao incrível sofrimento e dor que este causa.
O Antigo Testamento não apresenta Deus como um indiferente distribuidor de condenações severas. Sim, ele é Santo, justo e firme em seu compromisso de punir o pecado, da mesma forma no Novo Testamento. O amor não é unicamente cristão, é bíblico. O Senhor do Antigo Testamento é tardio em irar-se e grande em misericórdia e verdade ( Ex 34:6). Manda Israel amar o estrangeiro ( Lv 19:34 ); (Dt 10:18-19).
Devemos observar a longanimidade de Deus em relação aqueles que se declaram seu inimigo pela desobediência em toda extensão de tempo da história do Antigo Testamento, como por exemplo Noé que pregou 120 anos antes de vir o dilúvio.Deus disse a Abraão em 2.000 a.C. que seu povo teria uma terra(Canaã),mas não na sua época porque segundo Deus a maldade do povo não era tão grande(Gn 15:13-16),Josué por volta de 1.350 a.C. promoveu a matança dos inimigos e a entrada do povo em Canaã( o povo da terra era altamente maligno e tinha prazer no pecado).Mas poderíamos argumentar sobre as crianças que foram mortas. Que culpa teriam ? Uma resposta para essa questão seria meditar no capitulo 09 de Romanos que aborda a soberania de Deus.
Imagine agora que você hoje soubesse que alguém fosse destruir a Terra com um dispositivo nuclear. O que faria ? Creio que se pudesse,em último caso, mataria esse fanático criminoso. Aos olhos do mundo você seria um assassino maluco que matou um inocente,mas ,na realidade, você seria o salvador do mundo que impediu sua destruição. Ficaria preso, mas com a consciência tranquila.
Deus não é Deus de Morte, mas de Vida. Jesus venceu a morte.A bíblia ensina que nenhuma religião,filosofia ou boas obras removem a natureza pecaminosa do homem,que provoca sua ira e julgamento. Por isso, pelas páginas das escrituras vemos um Deus condenando o pecado, mas a procura do pecador.
Sozinho o homem não conseguirá romper com o pecado, o Antigo Testamento prova isso,mas existe um enigma,uma promessa que é desvendada no Novo Testamento (Jesus), o pecado não poderia ser removido permanentemente pelo sangue de animais. Mas o Pai enviou o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Jesus também disse:” Eu sou o caminho,a verdade e a vida”.
Prefiro não ficar contando quantas pessoas Deus matou na bíblia ( confio na sua justiça,amor e poder),prefiro pensar que Ele poderia ter deixado a todos que são pecadores eternamente mortos,pois a verdadeira morte é estar separado para sempre  Dele.Mas, Ele não fez isso:” Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Jesus também disse que veio para os doentes (“Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores”Marcos 2:17) isto é,aqueles que reconhecem a necessidade da graça de Deus,arrependem-se e mediante um novo nascimento (nascer do Espírito) buscam a santidade.Ser cristão não é achar-se superior aos outros,pelo contrário,é reconhecer sua fraquezas e lutar contra o pecado. Mas, é também ter a certeza que nenhuma condenação haverá para os que estão em Cristo Jesus.
 Deus seja louvado!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Erundina e o cristianismo




                                Imagem- Por Aroeira


Luiza Erundina  alguns dias atrás disse um sonoro não ao Lula, o motivo foi uma aliança política com o Sr Paulo Maluf para as eleições municipais, acordo que a deputada não “engoliu”.
No final da década dos anos 70, Erundina era assistente social e líder comunitária. Sua ideologia sempre foi o socialismo, e na época arquitetava invasões de terras em prol dos menos favorecidos.
Suas convicções, seus amigos e inimigos eram evidentes e facilmente reconhecidos. Podia-se não concordar com seus pensamentos e atitudes, mas ninguém podia lhe tirar o mérito de lutar por suas causas, bem como colocar a própria vida em risco por elas.
Em 1982 foi eleita vereadora, posteriormente prefeita, e atualmente é deputada federal. Consegue manter ainda  certa credibilidade, mas suas atitudes são bem diferentes do passado idealista. Na sua trajetória política fez uma aliança com Orestes Quércia, a quem sempre criticou em todos os aspectos, considera o Lula um aliado, mas segundo  Maluf o Lula foi mais de direita como presidente do que ele próprio o seria. Fico me perguntando em que o Lula e o Maluf são diferentes hoje em dia como políticos.
No meio desses pensamentos me ocorreu o quanto o quanto o cristianismo atual no Brasil é parecido com as contradições da Erundina. O quanto ele perdeu suas convicções e ninguém consegue enxergar com clareza suas posições.
A pureza do evangelho está somente nas páginas das Escrituras, não faz parte da grande maioria dos lideres e nem dos seus seguidores. Algumas décadas atrás  se arriscava e até alguns deram suas vidas pela verdade da Bíblia. Mesmo os que não concordassem com seus ensinamentos, normalmente admiravam seus proclamadores por sua coragem, idealismo e conduta.
Muitos religiosos hoje em dia com seus lábios dizem não ao que é espúrio, mas ao mesmo tempo abraçam alianças escusas. Os cristãos valorizam as liturgias, mas esquecem a santidade.
Não sei se a Erundina conseguirá algum dia reconquistar sua identidade. Mas como cristão acredito que precisamos mais uma vez voltar ao primeiro amor, afinal na  política se faz alianças circunstanciais e  passageiras, mas as espirituais são eternas.


 Marcos Ortega.