É comum as pessoas pegarem
algumas passagens bíblicas, isolá-las do contexto e fazerem uma teologia
considerada distorcida. Existe até mesmo a “bíblia do diabo” onde isso é feito
de forma até mais abrangente.
A questão da interpretação
bíblica é que ela precisa ser feita dentro de uma hermenêutica ( princípios de
interpretação ), que levem em conta: a época do livro escrito,seu contexto para
quem recebe a mensagem,seu idioma, os aspectos culturais e espirituais de seus
destinatários. Só após tudo isso temos uma boa condição de analisarmos e
fazermos uma boa exegese (entrar no texto),para compreensão do mesmo, bem como
sua relação com a bíblia como um todo e depois, disso tudo, utilizá-la para
nossas vidas.
Não respeitar esses
princípios será desastroso, conduzindo-nos a distorções e ensinos não bíblicos,
como por exemplo que Deus se “arrependeu” ( Gn 6: 6) nos fazendo crer que Deus
não sabe o que faz.
Analisando a bíblia na sua
totalidade, nos deparamos que Deus possui atributos naturais (
onisciente,onipotente e onipresente) e morais ( amor, justiça,bondade e humildade)
bem solidificados.
O Deus que se revela criador
de todas as coisas, criou o homem à sua imagem e semelhança, mas lhe dando o
livre arbítrio. A condição do pecado afasta esse homem de Deus. O pecado é o
causador da MORTE. Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Deus não aceita, não
convive com o pecado porque esse é contrário à sua essência ( seus atributos
morais). A bíblia ensina que todos os homens são pecadores e não podem lidar
sozinhos com isso, carecem da graça de Deus.
O Antigo Testamento fala
sobretudo da paixão de Deus pela santidade. Muitas pessoas associam o Antigo
Testamento a um Deus raivoso. Eles até acham esse Deus injusto. Mas nada
poderia estar mais longe da verdade! Tenha certeza que quando Deus fica irado
não é por tirania caprichosa ou excêntrica. Ele está comprometido com seu
caráter santo e glorioso e com a aliança que fez com o seu povo. O pecado é o
culpado, o que causa a ira do Senhor, tira-lhe a glória e quebra a aliança com
seu povo. Uma aliança é um compromisso relacional de confiança, de amor e de
cuidado. A paixão do Senhor por Santidade fica mais evidente quando seu povo
quebra os termos da aliança relacional com Ele. Dessa forma podemos definir o
pecado como uma quebra da aliança e um desafio a santidade de Deus. O Antigo
Testamento nos apresenta um Deus raivoso? Sim, mas é um Deus que está
justamente irado porque não fica indiferente frente ao pecado e ao incrível sofrimento
e dor que este causa.
O Antigo Testamento não
apresenta Deus como um indiferente distribuidor de condenações severas. Sim,
ele é Santo, justo e firme em seu compromisso de punir o pecado, da mesma forma
no Novo Testamento. O amor não é unicamente cristão, é bíblico. O Senhor do
Antigo Testamento é tardio em irar-se e grande em misericórdia e verdade ( Ex
34:6). Manda Israel amar o estrangeiro ( Lv 19:34 ); (Dt 10:18-19).
Devemos observar a
longanimidade de Deus em relação aqueles que se declaram seu inimigo pela
desobediência em toda extensão de tempo da história do Antigo Testamento, como
por exemplo Noé que pregou 120 anos antes de vir o dilúvio.Deus disse a Abraão
em 2.000 a.C. que seu povo teria uma terra(Canaã),mas não na sua época porque
segundo Deus a maldade do povo não era tão grande(Gn 15:13-16),Josué por volta
de 1.350 a.C. promoveu a matança dos inimigos e a entrada do povo em Canaã( o
povo da terra era altamente maligno e tinha prazer no pecado).Mas poderíamos
argumentar sobre as crianças que foram mortas. Que culpa teriam ? Uma resposta
para essa questão seria meditar no capitulo 09 de Romanos que aborda a
soberania de Deus.
Imagine agora que você hoje
soubesse que alguém fosse destruir a Terra com um dispositivo nuclear. O que
faria ? Creio que se pudesse,em último caso, mataria esse fanático criminoso. Aos
olhos do mundo você seria um assassino maluco que matou um inocente,mas ,na
realidade, você seria o salvador do mundo que impediu sua destruição. Ficaria
preso, mas com a consciência tranquila.
Deus não é Deus de Morte,
mas de Vida. Jesus venceu a morte.A bíblia ensina que nenhuma
religião,filosofia ou boas obras removem a natureza pecaminosa do homem,que
provoca sua ira e julgamento. Por isso, pelas páginas das escrituras vemos um
Deus condenando o pecado, mas a procura do pecador.
Sozinho o homem não
conseguirá romper com o pecado, o Antigo Testamento prova isso,mas existe um
enigma,uma promessa que é desvendada no Novo Testamento (Jesus), o pecado não
poderia ser removido permanentemente pelo sangue de animais. Mas o Pai enviou o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Jesus também disse:” Eu sou
o caminho,a verdade e a vida”.
Prefiro
não ficar contando quantas pessoas Deus matou na bíblia ( confio na sua
justiça,amor e poder),prefiro pensar que Ele poderia ter deixado a todos que
são pecadores eternamente mortos,pois a verdadeira morte é estar separado para
sempre Dele.Mas, Ele não fez isso:”
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Jesus
também disse que veio para os doentes (“Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes:
Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar
justos, mas pecadores”Marcos 2:17) isto é,aqueles que reconhecem a necessidade
da graça de Deus,arrependem-se e mediante um novo nascimento (nascer do
Espírito) buscam a santidade.Ser cristão não é achar-se superior aos
outros,pelo contrário,é reconhecer sua fraquezas e lutar contra o pecado. Mas,
é também ter a certeza que nenhuma condenação haverá para os que estão em Cristo Jesus.
Deus seja louvado!